Saulo Araújo, Correio Braziliense
Uma emenda do deputado distrital
Wellington Luiz (PMDB) é alvo de investigação da Delegacia Especial de
Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap), da Polícia Civil
do DF. Em outubro do ano passado, o parlamentar autorizou a liberação de R$ 100
mil para a execução de um projeto chamado Paz no Teatro, no Varjão. O valor foi
depositado na conta do Instituto Nacional de Excelência em Políticas Públicas
de (Inepp), contratado para gerenciar o programa, mas nenhuma atividade chegou
a ser desenvolvida na cidade.
Pelo escopo da proposta, grupos
teatrais deveriam visitar, em dias diferentes, diversas escolas públicas no
Distrito Federal alertando os alunos sobre os riscos do uso de drogas e álcool.
Porém, os R$ 100 mil foram empenhados para a montagem de uma tenda de plástico
em uma praça vazia. Além disso, nenhum artista apareceu. Três dias antes da
realização do Paz no Teatro, o então administrador do Varjão, Hélio das Chagas,
foi exonerado do cargo. Em seu lugar, assumiu José Ricardo do Nascimento, que,
ao avaliar os documentos, não autorizou o evento. …
Mesmo assim, a tenda foi instalada.
“Era uma época de transição e mandei suspender tudo o que estava em curso.
Ainda assim, acabei surpreendido com a tentativa de algumas pessoas em realizar
o evento de qualquer jeito. Mandei recolher tudo e enviei o processo para a
Secretaria de Transparência”, contou José Ricardo.
O Correio visitou o local onde
deveriam ocorrer as apresentações artísticas. Uma moradora, que preferiu não se
identificar, pensou se tratar de uma iniciativa de alguma empresa. “Como não
houve divulgação para a comunidade, achei que era promoção de algum produto.
Não dá para acreditar que gastaram R$ 100 mil com isso”, disse.
Um comerciante da região também
estranhou. “Qualquer leigo saberia que tudo estava sendo feito nas coxas. O que
mais me surpreende é terem cobrado esse valor absurdo para montar uma tenda de
plástico, de material bem vagabundo”, reclamou.
Para o delegado-chefe da Decap,
Vicente Paranaíba, existem diversas falhas no empenho da emenda. Resta saber se
os erros foram propositais. “Verificamos que houve inobservância das
legalidades na hora da contratação da empresa. Era necessário ter um projeto
que justificasse a contratação direta, com dispensa de licitação. Queremos
saber se houve dolo e investigar por que o projeto não foi executado como
acordado em contrato”, destacou.
Após o recebimento da denúncia, a
Decap cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa da ex-diretora-geral da
Administração do Varjão. Ela seria a responsável por fazer o empenho da emenda
de Wellington Luiz. Na residência de Áurea Francisca Rodrigues de Moraes,
agentes da unidade especial da Polícia Civil recolheram computadores e
documentos. Ela não foi encontrada pela reportagem.
Desvirtuamento
O deputado Wellington Luiz admitiu
que houve falhas graves na execução da emenda, mas alegou que não sabia do
desvirtuamento da proposta. Ressaltou ainda que a polícia só iniciou a apuração
do caso provocada por ele. “Quando eu percebi os absurdos que fizeram com a
emenda, tratei, como um cidadão comum, de fazer a denúncia na 9ª Delegacia de
Polícia (Lago Norte). Eu fui o mais surpreendido. Por livre espontânea vontade,
fui o primeiro a depor, pois entendo que há indício de crime contra a
administração pública, e isso precisa ser investigado com o mais absoluto
rigor”, afirmou.
Segundo Wellington, Áurea foi a
responsável pelo suposto desvio de finalidade da emenda. “Ela estava na
administração por indicação minha, mas quebrou a minha confiança. Áurea era a
responsável por esses contratos, pelas emendas. Quero acreditar que ela cometeu
um grande equívoco, e não tenha agido de má-fé”, disse.
Com relação a Hélio das Chagas ter
autorizado a execução do projeto, o parlamentar justificou. “Quem respondia pelas
emendas era a Áurea. Ela conduzia tecnicamente os processos. O administrador
acompanha o entendimento”, disse o distrital. Procurado, Hélio, que também foi
indicado por Wellington, admitiu ter autorizado a execução da emenda, mas não
se pronunciou por “não se lembrar dos detalhes”.
A reportagem também entrou em contato
com o secretário de Cultura da administração à época, Daniel Brandão, mas ele
disse não ter conhecimento da denúncia e negou que o projeto tenha passado pelo
seu crivo. Pelo teor do programa, o departamento que ele chefiava deveria estar
ciente dos detalhes. Nenhum representante do Inepp foi localizado pelo Correio.
Colega cassado
Na última quarta-feira, o deputado
Raad Massouh (PPL) foi cassado por 18 dos 24 parlamentares após votação na
Câmara Legislativa. Massouh é acusado de desviar R$ 100 mil de uma emenda
liberada por ele em 2010 para um evento rural em Sobradinho. O valor é o mesmo
do inquérito policial nº 50, que corre na Decap e envolve o nome do deputado
Wellington Luiz. O político do PMDB não revelou como votou no processo de
cassação do mandato do colega Raad.
Fonte:http://www.estacaodanoticia.com.
Em 22 Fevereiro DE 2014: O Correio Braziliense Denúncia novamente outra irregularidade nas emendas do parlamentar no possível uso do dinheiro público em viagem na EUROPA. veja
Deputado é investigado por desvio de R$ 105 mil para custear viagem pessoal
O deputado Wellington Luiz (PMDB) é alvo de uma investigação conduzida pela Polícia Civil do Distrito Federal, corporação à qual pertence. O parlamentar é suspeito de desviar dinheiro de uma emenda empenhada por ele mesmo em maio de 2012. Segundo a denúncia que virou inquérito, o distrital teria usado R$ 105 mil para bancar despesas de uma viagem à Europa, que ele, a esposa e mais oito pessoas fizeram há três anos. A verba deveria ser aplicada em um projeto de capacitação para atletas amadores no Varjão, mas o evento não foi realizado.
Leia mais notícias em Cidades
Em agosto de 2011, Wellington tentou aprovar a emenda para custear a viagem de pelo menos 20 alunos da Escolinha de Futebol Morales, no Guará 1. Os garotos disputaram um torneio de futebol em Amsterdã, na Holanda. No entanto, não houve tempo hábil para a tramitação do processo e o dinheiro não foi liberado. Mesmo assim, o time viajou por conta própria. O parlamentar, a mulher, funcionários do gabinete e lideranças do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) acompanharam os meninos no mesmo voo. O inquérito conduzido pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Decap) aponta que o grupo deixou os jogadores na Holanda e seguiu para Paris, na França, onde ficou por sete dias. Alguns meses após voltar da excursão, Wellington Luiz elaborou a emenda no valor de R$ 105 mil, dinheiro que supostamente foi usado para bancar as regalias do passeio.
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Em agosto de 2011, Wellington tentou aprovar a emenda para custear a viagem de pelo menos 20 alunos da Escolinha de Futebol Morales, no Guará 1. Os garotos disputaram um torneio de futebol em Amsterdã, na Holanda. No entanto, não houve tempo hábil para a tramitação do processo e o dinheiro não foi liberado. Mesmo assim, o time viajou por conta própria. O parlamentar, a mulher, funcionários do gabinete e lideranças do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) acompanharam os meninos no mesmo voo. O inquérito conduzido pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Decap) aponta que o grupo deixou os jogadores na Holanda e seguiu para Paris, na França, onde ficou por sete dias. Alguns meses após voltar da excursão, Wellington Luiz elaborou a emenda no valor de R$ 105 mil, dinheiro que supostamente foi usado para bancar as regalias do passeio.
Fonte: Correioweb. Publicação: 22/02/2014 08:00 Atualização:
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